A mulher de 46 anos assassinada a tiros pelo marido em Araçatuba (SP), na manhã da sexta-feira (8), temia pelo crime e levava um facão na própria mochila para tentar se defender. A informação foi divulgada pela Polícia Civil.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado às 13h30 de sexta-feira, o facão foi localizado pela equipe de investigação logo após o crime.
Cristiane dos Santos Maruyama foi morta com três tiros por volta das 7h30, no momento em que saía de casa, no bairro Santa Luzia.
Dois disparos atingiram o peito e o terceiro, o lado esquerdo do abdome. O marido Enio Maruyama, de 65 anos, confessou o crime e foi preso em flagrante.
Aos policiais, ele disse que esperou em um mercado, em frente da casa, até a saída de Cristiane.
Ainda durante o depoimento à polícia, o suspeito afirmou que o casal se relacionou por oito anos. Entretanto, ele estava afastado da vítima por conta de uma medida protetiva expedida pela Justiça.
De acordo com as investigações, Cristiane foi morta porque Enio não aceitava o fim do relacionamento.
Com ele, os policiais apreenderam o revólver calibre 32, usado para matar a esposa. Maruyama responde por feminicídio e foi encaminhado à cadeia de Penápolis (SP).
Morta na frente do filho
Em menos de uma semana, outro caso de crime contra mulher foi registrado na região noroeste paulista.
Na terça-feira (5) à noite, no bairro Eldorado, em São José do Rio Preto (SP), Sabrina Noemi Meneghel Silveira, de 37 anos, foi morta com tiros na cabeça pelo ex-companheiro Douglas Renato de Oliveira, de 35. Em seguida, ele se suicidou com um tiro na cabeça. O crime ocorreu na presença do filho de 9 anos do casal.
O corpo de Sabrina foi sepultado em Rio Preto e enterrado em Americana (SP), na sexta-feira (8). A criança ficou sob responsabilidade da irmã da vítima.
Violência de gênero
Segundo dados sobre violência contra a mulher divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) do estado, neste ano, de janeiro a setembro, 178 mulheres foram assassinadas no interior paulista.
Os homicídios dolosos (quando há intenção de matar) e os crimes caracterizados pela autoridade policial como feminicídio estão incluídos nas estatísticas.
Os assassinatos classificados como feminicídio são aqueles em que as motivações envolvem a condição de ser mulher, seja diretamente ligada à violência doméstica ou por razões misóginas, em que há um menosprezo ou discriminação voltadas ao sexo feminino.
De acordo com a SSP, do total de assassinatos registrados no interior paulista até setembro, 103 foram crimes tipificados como feminicídio.
No ano passado, 221 mortes de mulheres foram registradas como feminicídio no Estado de São Paulo. Foi o maior número desde 2018, quando os dados passaram a ser divulgados separadamente das estatísticas de homicídio.