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Mãe revela que percebeu mudança de comportamento do filho antes de descobrir agressão com chinelo em escola: ´Muito triste´

Mãe revela que percebeu mudança de comportamento do filho antes de descobrir agressão com chinelo em escola: ´Muito triste´
10.07.2025     Fonte: G1

A mãe de uma das crianças que foi agredida como forma de castigo por uma funcionária em uma escola infantil municipal, em Birigui (SP), contou que notou a mudança de comportamento do filho em março, o que levantou a suspeita de que o menino estava sendo alvo de violência.

Em nota, enviada à TV TEM na quarta-feira (9), a Prefeitura de Birigui informou que abriu uma sindicância administrativa para apurar o crime no Centro Educacional Infantil "Dionísia Miragaia Carmine".

À TV TEM, a mãe, que não vai ser identificada para preservar a segurança da criança, relatou que o menino, de quatro anos, começou a ficar agressivo com a família e com os colegas na escola, já não demonstrava o mesmo entusiasmo para ir às aulas e chorava com mais frequência.

O que parecia ser apenas uma “fase”, segundo a mãe, a deixou ainda mais preocupada quando o menino enfim contou que a funcionária da escola bateu nele com chinelo, como forma de repressão.

“Ele não era assim. Ao decorrer dos dias, foi se agravando. A creche começou a me ligar e disse que ele estava quebrando tudo, querendo fugir o tempo todo, se debatendo, quando ele contou que ela agrediu ele dentro do banheiro, bateu nele de chinelo”, lamenta a mãe.

Com medo de que outras famílias passem pelo mesmo, a mãe faz um apelo por Justiça. A mulher acredita que só a responsabilização da agressora pode minimizar a sensação de impunidade.

“Meu filho está com muito medo, não quer ir na creche. Eu não estou fazendo só pelo meu filho, estou fazendo pelos amiguinhos dele. Eu quero que a Justiça seja feita. Ele ganhou confiança dele porque presenteava ele com relógio e chinelo. E ainda ameaçou ele dizendo ‘se você contar para sua mãe ou seu pai, meu esposo vai bater no seu pai’”, comentou a mãe.

A mãe relata que cada vez que deixa o menino na escola vai trabalhar com dúvidas e preocupações.

“A gente não tem nem palavras porque como mãe é uma revolta e eu me culpo, por não ter reparado em olhares, em falas, me sinto culpada por não ter entendido a expressão dele. Eu falhei por não ter reconhecido o que ele queria falar para mim. É muito triste. Quem é mãe sabe a dor, a tristeza que é sair para trabalhar, deixar seu filho em um lugar que você achava que era seguro, de saber que seu filho estava sendo violado”, lamenta.

Denúncia

A confirmação dos episódios de violência veio após mais denúncias e uma investigação da Polícia Civil e da própria Secretaria de Educação do município, que culminou com a determinação judicial do afastamento imediato da profissional e a proibição de ter contato com as vítimas.

À reportagem, o advogado de defesa da funcionária, Elber Carvalho, informou que a profissional nega as denúncias e que recebeu a notícia do afastamento com surpresa.

“Minha cliente foi surpreendida com essa decisão judicial do afastamento do seu trabalho, ela não tem conhecimento do conteúdo deste inquérito policial. Ela nega qualquer tipo de acusação e a defesa acredita que será provada a sua inocência. Ela recebeu a notificação na quarta-feira, é uma excelente educadora e isso também será demonstrado”, pontuou o advogado.

O boletim de ocorrência foi registrado no dia 24 de junho. Conforme a investigação da polícia, além do esguicho, as crianças eram colocadas debaixo de chuveiro com a água fria, de roupas, até que parassem de chorar.

Para que não contassem sobre o ocorrido aos pais, a funcionária dava brinquedos às crianças, que têm entre quatro e cinco anos de idade. A quantidade de vítimas agredidas na escola é desconhecida.