Moradores da região de Araçatuba (SP) enfrentam dificuldades recorrentes para obter insumos e medicamentos essenciais para o tratamento de diabetes, principalmente o tipo 1. Mesmo com decisões judiciais favoráveis, os pacientes relatam a falta de itens como insulina, lancetas, cateteres e reservatórios.
Em visita à farmácia de alto custo do Departamento Regional de Saúde (DRS) em Araçatuba, onde os pacientes costumam retirar os materiais fornecidos pelo governo estadual, a equipe da TV TEM encontrou pessoas que passam por essa situação.
A porteira Mayara Brassioli ressalta que, quando o fornecimento falha, a única alternativa é a compra dos insumos, o que pesa no orçamento.
“Uma caixinha de cateter com 10 unidades custa R$ 1.100. E não dura nem 30 dias. Não temos a quem recorrer”, disse.
Diante do cenário, alguns pacientes criaram um grupo em um aplicativo de mensagens para trocar doações entre si. A dona de casa Bruna Vieira Lara, de Birigui (SP), diz que não tem conseguido retirar vários itens desde o começo do ano. “Estou deixando de pegar a cânula, o cateter, o cartucho, o kit de pilha e as lancetas. Só continuo usando a bomba por causa das doações”, afirma.
Ambas utilizam bomba de infusão de insulina, que oferece mais estabilidade no controle glicêmico e auxilia na qualidade de vida, mas que depende de insumos específicos. Sem eles, muitas pessoas estão sendo obrigadas a voltar ao uso das canetas de insulina, o que representa um retrocesso no tratamento.
Em nota, o DRS informou que os estoques de fitas e lancetas estão normalizados e disponíveis para retirada. Já os processos de licitação para insulina e bombas de infusão ainda estão em andamento. A Secretaria de Saúde do Estado explicou que as demandas judiciais seguem trâmites legais obrigatórios, o que pode impactar os prazos de entrega.